A população de Teixeira de Freitas assiste, indignada, a um confronto entre quem cuida e quem deveria governar com responsabilidade. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Combate às Endemias (ACE) ocuparam as ruas, bateram à porta do gabinete do prefeito Marcelo Belitardo — o “Capa Preta” — e deixaram claro: estão fartos de promessas vazias e leis descumpridas.
Esses profissionais representam a linha de frente do Sistema Único de Saúde, atuando onde o Estado mal chega. Conhecem cada morador pelo nome, cada viela por onde o mosquito da dengue ameaça. E agora são tratados com descaso, sem receber valores garantidos por lei e com estruturas de trabalho que envergonham qualquer gestor minimamente comprometido.
A denúncia é respaldada por números e legislações: o Incentivo Adicional de 2024, oriundo do Governo Federal, deveria ter sido pago até 30 de junho, conforme a Lei Municipal nº 1.197/21. Nada foi repassado. O cofinanciamento federal também desapareceu — mais de R$ 300 mil em verbas destinadas à saúde foram engolidos pelo silêncio da gestão.
Não bastasse isso, o prefeito ignora há cinco anos a Lei nº 747/14, que obriga a reposição salarial dos servidores. O salário estagnado contrasta com o aumento do IPTU e com leis impopulares aprovadas por vereadores aliados ao chefe do Executivo. Enquanto isso, a população sofre e os agentes resistem.
A manifestação é pacífica, mas contundente. A categoria exige respeito, enquanto a gestão se esconde atrás de desculpas e ameaças. A pergunta ecoa: até quando a cidade será refém de uma administração que não valoriza seus verdadeiros heróis?
